Gerações X, Y e Z
Os desafios da Igreja em relação a geração “Z”
“Vocês são daqueles que só assistem DVDs
quando seus filhos estão em casa, por não conseguirem mexer no aparelho? E não
é nem uma questão de fazê-lo tocar a mídia, o problema é encontrar o controle
remoto correto. E na hora de aprender a usar um smartphone novo, vocês leem o
manual? Eles nem vêm mais com manual! Ou vocês o entregam aos jovens para que,
15 minutos depois, eles voltem para explicar direitinho o que fazer?” (Palestra
do professor Graeme Codrington - InTouch
2011).
Nossos jovens de hoje nasceram
em um mundo completamente diferente de seus pais, principalmente quando o
assunto é tecnologia e a falta de valor que se dá as coisas. Posso citar o
exemplo do telefone da minha avó. Um telefone de discar vermelho que está em
sua sala a muitos anos, e se você for lá hoje, ele ainda está por lá. Ela nunca
se desfez dele, existe um certo apego. Enquanto isso minha geração(Y) e a
geração dos meus filhos (Z), se
desapegam com muita facilidade de qualquer coisa desde que outra melhor é
lançada e se torne mais interessante. Pergunte-se: quantos telefones você
comprou ou pensou em comprar em um período de três anos?
Este desapego das coisas, esta
influência do mundo pós moderno de que tudo é relativo e nada é absoluto, tem
de certa forma atingido a igreja. Hoje nosso desafio é alcançar a conhecida
geração “Z”. Estamos preparados para alcança-los? De que maneira podemos
fazê-lo?
Antes de
entendermos esta geração “Z”, precisamos compreender gerações que antecederam
ela. Vamos conhecer um pouco sobre estas gerações.
A World
War Generation [geração das guerras mundiais]:
Compreendendo aqueles que viveram
entre as duas primeiras guerras mundiais, de caráter conservador, e que enfrentaram a depressão e a
reconstrução do pós-guerra;
Baby
Boomers:
Baby Boomer é uma definição genérica
para crianças nascidas durante uma explosão populacional - Baby Boom em inglês,
ou, em uma tradução livre, Explosão de Bebês. É a geração que surgiu entre os
anos de 1940 a 1963. São consideradas pessoas motivadas, otimistas e pessoas
viciadas em trabalho. Os Boomers também são identificados como inventores da
era “paz e amor”, pois tinham aversão aos conflitos armados. Preferiam a
música, as artes e todas as outras formas de cultura como instrumentos para
evolução humana do que as guerras. Também são conhecidos pela busca da segurança profissional,
fidelidade à empresa, respeito à hierarquia e o cumprimento do dever e costumam
“vestir a camisa da empresa”.
Geração X
Surgida em meados da década de 60 e estendendo-se até o final dos anos
1970, as suas principais características no ambiente corporativo
são: desejo de fazer atividades diferentes e não as mesmas coisas todos os
dias. Gosta de desafios e oportunidades. Valoriza o crescimento, aprendizado,
títulos acadêmicos e novas habilidades. Surge já fazendo uso dos recursos
tecnológicos.
Geração Y
Surge nos anos 80 que em pouco tempo de vida já
presenciou os maiores avanços na tecnologia e diversas quebras de paradigma do
mercado de trabalho. Por conseguinte, num ambiente tão inovador, a Geração Y se
individualiza ao apresentar características como capacidade em fazer várias
coisas ao mesmo tempo, como ouvir música, navegar na internet, ler os e-mails,
entre várias outras que, em tese, não atrapalham os seus afazeres
profissionais. Essa geração também apresenta um desejo constante por novas
experiências, o que no trabalho resulta em querer uma ascensão rápida, que a
promova de cargos em períodos relativamente curtos e de maneira contínua. É uma
geração que quer inovar a qualquer custo.
É a geração que tem um contato mais profundo
com videogames, TV, computadores, internet, e as mais diversas tecnologias que
avançaram em sua geração.
Geração Z
A Geração Z é contemporânea a uma
realidade conectada à Internet, em que os valores familiares como sentarem-se à
mesa e conversar com os pais, não são tão expressivos quanto aos contatos
virtuais estabelecidos pelos jovens na Web.
Estamos vivendo uma revolução na forma como o ser humano se comunica e
nas ferramentas que utiliza. O rádio levou 38 anos para atingir seus
primeiros 50 milhões de ouvintes; a TV, 13 anos; a internet, apenas 5 anos. Só
o Facebook já tem mais de 901 milhões de usuários no mundo.
María Gabriela Ensinck, colunista do
periódico argentino La Nación, resume de maneira magistral o perfil da
denominada Geração Z ou geração web: “Nasceram no século XXI, estão
“hiperconectados” e possuem mais amigos virtuais que reais. Este é o “raio-x”
das crianças de hoje.
Vejamos algumas de suas principais características:
- Representam 33% da população mundial.
- Possuem uma maneira diferente de aprender. Não leem,
mas veem.
- São dependentes de Tecnologia. Não conseguem “viver”
sem celular, Tv, internet, facebook, google.
- Não se relacionam com pessoas reais
- São desconectados das coisas reais, tendo mais
interesse na realidade virtual.
Os
desafios da Igreja na Geração Z
Como é que
vamos alcançá-los? Como é que vamos comunicar o evangelho? Como é que vamos
apresentar a Cristo, que salva?
Creio que necessitamos falar um pouco
de sua língua. Precisamos entender esta geração e criar meios para alcança-la.
Em Atos 2.4-12, lemos:
“E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras
línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. E em Jerusalém
estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão
debaixo do céu.
E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando? Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, E Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, Cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus. E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?”.
E, quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando? Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, E Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, Cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus. E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?”.
Quando os discípulos começaram a falar
em novas línguas, a bíblia nos relata que todos que estavam ali compreendam a
mensagem, cada um em sua própria língua materna. Eles compreenderam as
maravilhas de Deus, pois esta lhes foi anunciada de forma clara.
A Igreja deve ser sensível o
suficiente para falar a linguagem do Espírito, uma linguagem legível, que as
gerações presentes venham entender e que nos permita conectar com eles. Uma
linguagem de códigos decifráveis para eles e não apenas para nós. Falar em
línguas, então, não se refere apenas a falar dialetos celestiais, mas um
diálogo inteligente, informado e atualizado, a linguagem da geração Z.
Vivemos uma fase em que a web, e não a
TV ditam as tendências. As enciclopédias desapareceram junto com as listas
telefônicas. O mundo está ao alcance dos seus dedos. Há menos de 10 anos atrás
uma organização poderia questionar a necessidade de ter um site, mas hoje, não
ter presença online está absolutamente fora de cogitação.
O mesmo acontece com as redes sociais
e com a mídia social em geral. O desafio e a oportunidade da igreja é ter uma
presença online relevante, estruturada e capaz de responder aos mais diversos
anseios e necessidades que, por exemplo, cinco milhões de pessoas têm quando
buscam pala palavra "igreja" no Google, só no Brasil.
Esta geração é classificada como
naturalmente egocêntricos, hiperconectados, pessoas com multitarefas, que
valorizam a experiência do ser e do interagir. Tiram fotos dentro dos banheiros
de shopping e postam instantaneamente, que faz check-ins no Foursquare, que
abandonou o e-mail como forma de comunicação, preferindo aplicativos
instantâneos como facebook, twitter, Whatsapp,etc .
Precisamos evangelizar esta geração, e
só poderemos fazer se estivermos conectados com ela. A Igreja precisa ditar a
tendência. Precisamos ser atuais, nossa mensagem necessita ser acessível a esta
geração conectada. O desafio e a oportunidade da igreja, está em ser relevante para esta geração, oferecendo
recursos e serviços que combinem com sua forma de comunicar.
Se eles estão conectados, nós também
estaremos para alcança-los.
Por outro lado, esta geração está
carente de amigos reais, carente de relacionamentos, carente de verdades
absolutas. Esta geração tem muita informação ao seu alcance, mas está
totalmente deformada. Perdeu seu senso de comunidade. María Elvira Samper
afirma que “Uma sociedade que perdeu o
seu sentido de comunidade e de propósito comum, é uma sociedade doente".
Um grande desafio para Igreja é
restaurar a comunhão entre irmãos, restaurar a fé nas verdades absolutas da
Palavra de Deus, é caminhar em um propósito comum. Precisamos trazer esta
geração conectada em tecnologia, para estar conectada com Deus, conectada com a
Igreja, com nossos irmãos e preocupada com os desafios reais que a igreja
enfrenta nos dias de hoje. Precisamos acordar para tudo isto. Precisamos nos
preparar para isto.
Temos uma grande oportunidade hoje
para divulgar o evangelho através de redes sociais, ao invés de apenas
postarmos fotos e coisas fúteis todos os dias. Há um grande número de pessoas
em nossas redes sociais que precisam ouvir falar de Jesus, e você que está
lendo esta matéria pode fazer a diferença em sua rede.
Vamos juntos alcançar a geração Z.
Eles são preciosos para Jesus e sua igreja.
Pr. Fabiano Alvarenga
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